Porque o resultado da Bioimpedância é diferente das dobras cutâneas?
- Renato Padovan

- 29 de out.
- 2 min de leitura
A diferença entre o percentual de gordura estimado por dobras cutâneas e por bioimpedância é comum e não significa que uma das medições esteja “errada”.
Elas medem coisas diferentes e se baseiam em princípios distintos.
Aqui em nossa equipe de corrida as avaliações são feitas com dobras cutâneas como padrão mas existe a opção de fazer a Bioimpedância também. Ambas podem ser feitas em nosso Centro de Treinamento ou nos dias de testes de campo em nossos treinos de final de semana.
Vamos entender o que é cada uma e ver as diferenças:
Dobras cutâneas:
Mede a espessura da gordura subcutânea (aquela logo abaixo da pele) em pontos específicos do corpo, com um adipômetro, aquela pinça que belisca.
A partir disso, fórmulas estatísticas (como as de Jackson & Pollock ou Durnin & Womersley) estimam a densidade corporal total e, depois, o percentual de gordura.
Resumindo, é uma estimativa indireta baseada em amostras locais da gordura.
Bioimpedância (BIA):
Mede a resistência elétrica do corpo à passagem de uma corrente fraca. Tecidos com mais água e eletrólitos (como músculos) conduzem melhor eletricidade, enquanto gordura conduz mal. Assim, a bioimpedância estima massa magra, massa gorda e água corporal total com base em modelos elétricos e equações populacionais.
Ou seja, é uma estimativa fisiológica baseada na condutividade elétrica.
O que é mais confiável?
Dobras cutâneas costumam ser mais precisas para acompanhar mudanças em atletas (se feitas sempre pela mesma pessoa, com mesmo protocolo e adipômetro calibrado).
Bioimpedância é mais conveniente e rápida, boa para rastrear tendências em grandes grupos, mas menos sensível a pequenas variações.
Por esses motivos a dobra cutânea é mais indicada para os nossos atletas mas também usamos a Bioimpedância para acompanhar outros indicadores além da composição corporal, como hidratação, realação musculo-gordura, entre outros...
Possibilidades de variações:
As diferenças entre os métodos podem chegar facilmente de 3 a 6 pontos percentuais, e isso depende de fatores como:
Hidratação: A bioimpedância é extremamente sensível ao nível de hidratação. Se a pessoa está desidratada, a resistência aumenta e o aparelho pode interpretar isso como mais gordura. Após beber água, o resultado pode cair consideravelmente.
Momento do dia e alimentação: Comer, treinar ou consumir cafeína altera a distribuição de líquidos. Para comparação válida, a BIA deve ser feita em jejum, antes de exercício, e após urinar (ou sempre no mesmo horário e dia, seguindo a mesma rotina)
Temperatura corporal e ambiente: Mudanças térmicas alteram a condutividade elétrica da pele. As dobras, por outro lado, podem variar com temperatura da pele (frio = menos maleável) e compressão diferente pelo avaliador.
Tipo de equipamento e fórmula utilizada: Cada aparelho de BIA usa uma equação própria baseada em sexo, idade, etnia, e tipo físico da amostra que serviu para calibrá-lo.Da mesma forma, nas dobras, usar fórmulas diferentes (7 pontos, 3 pontos, específicas para atletas, etc.) altera o resultado final.
Erro do avaliador: Nas dobras, a técnica e experiência contam muito — uma pequena diferença na pinça pode mudar o resultado em até 2%. Procure sempre fazer com o mesmo avaliador e evite comparar resultados de profissionais e locais diferentes.
Ficou com dúvidas? Quer marcar a sua avaliação física?
Me manda uma mensagem no 11 993607498 e vamos conversar
Renato Padovan


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